"Imagina que não estou aqui"
Adam Haslett nasceu em 1970, em Port Chester, estado de Nova Iorque e foi finalista do prémio Pulitzer com este romance em 2017 e vencedor do prémio escrita de ficção do Los Angeles Times.
Este é um romance que nos conta a história de uma família, a partir dos relatos de cada um dos seus membros e que vai passando por temas como a ansiedade, a depressão, a homossexualidade e o suicídio, sem no entanto pontuar aqui e ali com referências a literatura, muitas referências à música que aqui aparece quase como um fio condutor de uma das personagens, bem como das banalidades do dia a dia.
Depois do suicídio do marido e com três crianças para criar, Margaret segue a sua vida o melhor que pode de forma a não lhes deixar faltar nada. Mas é com o filho mais velho Michael que ela se preocupa mais, devido à sua forma de ser tão parecida com o pai.
A linguagem usada pode parecer por vezes pesada, mas acho que foi a forma como o autor de forma subtil nos ajudou a perceber as personagens. A escrita sempre na primeira pessoa é também uma caraterística desta narrativa, levando-nos em cada capítulo a um ponto de vista diferente das mesmas situações. Gostei bastante do livro, mesmo que por vezes, durante a leitura tivesse de voltar atrás de forma a perceber quem é que estava a narrar naquele momento. Astemáticas são muito interessantes e têm mesmo de ser faladas, em especial, acho, as doenças mentais e a forma como as famílias conseguem (ou não) lidar com elas.